Endoscopia Digestiva Alta Diagnóstica e Terapêutica
- Dra. Amanda Zilio
- 5 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de out. de 2023
A endoscopia digestiva alta é um exame que permite a visualização do esôfago, do estômago e do duodeno por meio de um tubo flexível com uma câmera na ponta, chamado endoscópio. O exame é realizado por um médico especialista em gastroenterologia, que pode identificar, biopsiar ou tratar diversas doenças que afetam a parte superior do aparelho digestivo.
A endoscopia digestiva alta pode ter finalidade diagnóstica ou terapêutica, dependendo do objetivo e da complexidade do procedimento. A endoscopia digestiva alta diagnóstica é aquela que visa apenas examinar o interior do tubo digestivo e coletar amostras de tecido (biópsias) para análise. A endoscopia digestiva alta terapêutica é aquela que, além de diagnosticar, também realiza intervenções como a retirada de corpos estranhos, a cauterização de sangramentos, a dilatação de estenoses, a erradicação de varizes esofágicas ou a colocação de próteses.
Quem deve realizar a endoscopia digestiva alta?
A endoscopia digestiva alta é indicada para pessoas que apresentam sintomas ou sinais sugestivos de doenças da parte superior do aparelho digestivo, como:
Disfagia: dificuldade ou dor para engolir alimentos sólidos ou líquidos, que pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais do esôfago, como estenoses, divertículos, espasmos ou acalasia.
Azia e refluxo: sensação de queimação no peito ou na garganta causada pelo retorno do ácido do estômago para o esôfago, que pode causar complicações como inflamação, úlceras ou câncer no esôfago.
Dor epigástrica: dor na região superior do abdome, que pode ser causada por gastrite, úlcera péptica, câncer gástrico ou outras doenças do estômago ou do duodeno.
Náuseas e vômitos: sensação de enjoo e expulsão forçada do conteúdo gástrico pela boca, que podem ser causados por infecções, intoxicações, obstruções ou outras doenças do aparelho digestivo.
Hemorragia digestiva alta: perda de sangue pela boca ou pelo ânus, que pode ser causada por úlceras, varizes esofágicas, tumores ou outras lesões sangrantes do esôfago, do estômago ou do duodeno.
Além disso, a endoscopia digestiva alta também é recomendada como um método de rastreamento para prevenção do câncer gástrico em pessoas com alto risco para a doença, como aquelas com história familiar, infecção pelo Helicobacter pylori ou gastrite atrófica.
Como é realizada a endoscopia digestiva alta?
A endoscopia digestiva alta é realizada em um ambiente hospitalar ou ambulatorial, sob sedação e anestesia local. O paciente deve estar em jejum absoluto por pelo menos 6 horas antes do exame.
No dia do exame, o paciente recebe uma medicação intravenosa para ficar sonolento e relaxado. Em seguida, o médico introduz o endoscópio pela boca e o avança lentamente pelo esôfago, pelo estômago e pelo duodeno. Durante o procedimento, o médico insufla ar no tubo digestivo para distendê-lo e facilitar a visualização das paredes internas. O médico observa as imagens transmitidas pela câmera em um monitor e pode realizar biópsias ou intervenções terapêuticas conforme a necessidade.
O exame dura em média 15 minutos, mas pode variar conforme a dificuldade técnica e a extensão das intervenções. Após o exame, o paciente permanece em observação até que os efeitos da sedação diminuam. Em seguida, recebe as orientações médicas e pode ir para casa acompanhado por um adulto responsável.
Quais são os benefícios da endoscopia digestiva alta?
A endoscopia digestiva alta é um exame seguro e eficaz para diagnosticar e tratar diversas doenças da parte superior do aparelho digestivo. Alguns dos benefícios da endoscopia digestiva alta são:
Permite a visualização direta da mucosa do esôfago, do estômago e do duodeno e a detecção precoce de lesões benignas ou malignas;
Permite a coleta de biópsias para confirmação diagnóstica e estudo histopatológico;
Permite a realização de procedimentos terapêuticos que podem evitar cirurgias mais invasivas ou complicações graves;
Permite a prevenção do câncer gástrico por meio da erradicação do Helicobacter pylori ou da retirada de lesões pré-malignas.
Quais são os riscos da endoscopia digestiva alta?
A endoscopia digestiva alta é um exame geralmente bem tolerado e com baixa taxa de complicações. No entanto, como todo procedimento invasivo, pode apresentar alguns riscos, como:
Reações adversas à sedação ou à anestesia, como alergias, hipotensão, arritmias ou depressão respiratória;
Perfuração do tubo digestivo, que é a formação de um orifício na parede do esôfago, do estômago ou do duodeno, podendo causar peritonite, hemorragia ou infecção;
Sangramento do tubo digestivo, que pode ocorrer durante ou após o exame, especialmente se houver biópsia, retirada de corpos estranhos, cauterização de vasos ou colocação de próteses;
Infecção do tubo digestivo, que pode ser causada pela introdução de bactérias pelo endoscópio ou pela perfuração do tubo digestivo;
Lesão dentária, que pode ocorrer pela mordida no endoscópio ou pela pressão exercida pelo dispositivo de proteção bucal.
As complicações da endoscopia digestiva alta são raras e podem ser prevenidas ou tratadas adequadamente se o exame for realizado por um médico experiente e com os cuidados necessários.
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